Em 316 a.C., sete anos após a morte de Alexandre o Grande, uma das rivalidades mais extraordinárias da antiguidade atingiu seu clímax na Batalha de Gabino, no Irã moderno. Antígono, um dos generais mais proeminentes de Alexandre, enfrentou seu antigo colega, Eumenes, em uma disputa que determinaria o futuro do Império Selêucida. Antígono emergiu vitorioso, capturando e executando Eumenes, estabelecendo-se como o líder supremo na Ásia Menor.
A vitória sobre Eumenes consolidou Antígono como uma figura dominante, mas ele logo se viu confrontado por novos desafios. Decidindo o destino do exército de Eumenes, Antígono absorveu grande parte das suas forças, enquanto figuras proeminentes como Eudamos e Antigenes foram executadas ou dispersas. Os Escudos de Prata, unidade de elite que apoiava Eumenes, foram enviados para Arachosia, região montanhosa, para conter tribos hostis.
Antígono, agora estabelecido como senhor do Oriente, começou a impor sua autoridade nas províncias asiáticas. Peithon, outrora aliado, foi executado por traição, enquanto outros líderes foram destituídos de seus cargos. A remoção de Peucestas, sátrapa da Pérsia e notório por sua integração cultural com os persas, sublinhou a centralização do poder sob o Antigono.
Em 316 a.C., Antígono chegou a Babilônia, então controlada por Seleuco, um dos generais de Alexandre. Seleuco, inicialmente aliado de Antígono, logo se desentendeu com ele e fugiu para o Egito, buscando apoio de Ptolomeu, governante macedônio do Egito. Alarmado com a crescente ambição do Antígono, Ptolomeu uniu forças com outros governadores regionais, como Lisímaco e Asander, para desafiar o controle do Antígono sobre a Ásia.
A Terceira Guerra dos Diádocos interrompeu quando Antígono enfrentou uma coalizão liderada por Ptolomeu e Cassandro. Reconhecendo sua fraqueza naval frente a Ptolomeu, Antígono ordenou a construção de uma grande frota financiada pelas cidades fenícias recentemente adquiridas. Simultaneamente, ele enviou generais para enfrentar seus adversários em várias frentes: seu sobrinho Ptolomeu confrontou Asander na Ásia Menor, enquanto Aristodemos apoiava Poliperconte contra Cassandro na Grécia.
Antígono avançou pelo Levante, capturando cidades estratégicas como Gaza e Jope de Ptolomeu. Após fortificar essas posições, ele enviou sua nova frota para o Egeu, visando dominar o mar. A batalha decisiva ocorreu em Gaza em 312 a.C., onde as forças de Antígono, lideradas por seu filho Demétrio, enfrentaram as tropas combinadas de Ptolomeu e Seleuco.
Demétrio, com um exército numericamente inferior, implantou sua cavalaria e infantaria de maneira estratégica. No entanto, sua tentativa de usar elefantes como vantagem tática falhou devido à habilidade dos engenheiros de Ptolomeu, resultando em uma derrota esmagadora para os Antigônidas. A perda de Gaza significou um revés significativo para Antígono, enquanto Ptolomeu avançava pelo Levante, conquistando Tiro e consolidando sua posição na região.
Após a derrota em Gaza, Antígono enfrentou novos desafios enquanto Ptolomeu consolidava seu domínio. A guerra prolongada entre os Diádocos não trouxe uma resolução imediata, mas estabeleceu padrões de alianças e rivalidades que moldaram o futuro do mundo helenístico. Antígono e seus descendentes continuariam a lutar pelo controle da Macedônia e do Oriente, enfrentando resistência persistente de outros generais de Alexandre e seus sucessores.
Essa série de conflitos não apenas delineou o mapa político do mundo helenístico, mas também influenciou profundamente a cultura, economia e sociedade das regiões envolvidas. O legado de Antígono e seus contemporâneos ressoou através dos séculos, refletindo a complexidade e a dinâmica da política antiga e das guerras de sucessão.