Leitura de História

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Os Deuses Anglo-Saxões na Atualidade

Descubra como os deuses anglo-saxões influenciam nosso cotidiano, dando nome aos dias da semana e moldando tradições culturais até hoje.

Os deuses dos anglo-saxões ainda estão presentes em nosso cotidiano, mesmo que de forma indireta. Celebramos Frige, a mãe dos deuses e deusa do amor, toda sexta-feira, que marca o início do fim de semana. Além disso, outros três dias da semana são nomeados em homenagem a alguns dos deuses anglo-saxões mais importantes. Os deuses anglo-saxões eram semelhantes em muitos aspectos aos deuses nórdicos, que se tornaram mais reconhecíveis graças à ficção, romances e adaptações cinematográficas.

Woden

O chefe dos deuses anglo-saxões era Woden. Semelhante a muitos deuses anglo-saxões masculinos, Woden era frequentemente associado à guerra. Os guerreiros anglo-saxões ofereciam homenagens a ele antes das batalhas, buscando sua proteção e favor para fortalecer seus braços e guiar suas lanças. A lança era a arma sagrada de Woden, e ele é frequentemente retratado empunhando-a.

No entanto, Woden não era apenas um deus da guerra, mas também um deus da sabedoria. Os anglo-saxões acreditavam que as antigas runas, o sistema de escrita que utilizavam, foram inventadas e passadas aos humanos por Woden. A quarta-feira, ou o “dia de Woden”, é um tributo a ele. Nas tradições nórdicas, ele era conhecido como Odin.

Frige

Frige, ou Frigg na mitologia nórdica, era a esposa de Woden e a deusa do amor, abrangendo casamento, filhos e colheita. Os anglo-saxões ofereciam tributos a Frige para ajudar nas colheitas e agradecê-la pelas boas safras. Ela também era vista como uma deusa da terra, e mulheres a homenageavam antes e depois do parto.

A sexta-feira, o dia de Frige”, celebra essa deusa. Setembro era intimamente associado a Frige devido à colheita. No inglês antigo, setembro era conhecido como “Mês Santo”, possivelmente em resultado dessa conexão.

Thunor

Thunor, conhecido como Thor na mitologia nórdica, era filho de Frige e Woden. Ele era o deus do clima, particularmente dos trovões e relâmpagos, além de ser o deus da forja, o que o tornava especialmente importante para os ferreiros. Os anglo-saxões acreditavam que o som do trovão era Thunor batendo seu martelo na bigorna celestial, enquanto o relâmpago era a faísca criada pelo golpe.

Arqueólogos descobriram que Thunor era um dos deuses mais populares, já que pingentes com seu símbolo, o martelo, foram encontrados em muitas sepulturas anglo-saxônicas. A tradição do Yule Log pode ter origem em Thunor, associado ao carvalho. Trazer um tronco de carvalho para dentro de casa uma vez por ano protegia contra raios e fogo.

Thunor era visto como um dos deuses mais poderosos devido à sua associação com os elementos, a força mais poderosa da natureza. Seu dia é quinta-feira.

Tiw

Tiw, ou Tyr na mitologia nórdica, era outra divindade importante para os anglo-saxões, sendo o deus da guerra, do jogo de espadas e do céu. Apesar de os anglo-saxões apelarem a Thunor e Woden em questões de guerra, Tiw era o deus oficial da guerra. Ele era considerado o mais habilidoso no combate entre os deuses, mesmo tendo apenas uma mão.

Tiw sacrificou sua mão de espada ao lobo monstruoso Fenris, em um ato heróico. Os anões criaram uma corrente especial para prender Fenris, mas o lobo exigiu que um dos deuses colocasse a mão em sua boca. Tiw se ofereceu, e Fenris foi acorrentado, mas em sua fúria mordeu a mão de Tiw.

Por esse ato de bravura, Tiw era amplamente reverenciado pelos guerreiros anglo-saxões. O lobo era seu animal sagrado. Terça-feira é o dia de Tiw.

Eostre

Eostre era a deusa da primavera, associada ao renascimento. Seu nome está etimologicamente ligado à palavra “Páscoa”, e seu mês sagrado era abril, quando a Páscoa é frequentemente celebrada. Os anglo-saxões veneravam Eostre na esperança de que ela trouxesse prosperidade durante os meses de verão.

Alguns dizem que a adoração a Eostre é a origem do pão de cruz quente, servido como uma oferta, com os quatro quartos representando os quartos da lua. No entanto, não há evidências definitivas para essa lenda. Alguns debatem se Eostre era uma invenção de Beda, pois ele é praticamente a única fonte que descreve sua existência.

A Influência dos Deuses Anglo-Saxões na Cultura Atual

A influência dos deuses anglo-saxões persiste não apenas na nomenclatura dos dias da semana, mas também em diversas tradições e práticas culturais. As mitologias e lendas desses deuses moldaram a visão de mundo dos anglo-saxões e continuam a ser um tema fascinante para historiadores e entusiastas da cultura.

Os deuses anglo-saxões, com suas características e histórias ricas, proporcionam uma compreensão mais profunda da sociedade e das crenças dessa época. A preservação dessas histórias e a contínua pesquisa sobre elas ajudam a manter viva a herança cultural dos anglo-saxões, permitindo-nos apreciar e entender melhor nosso passado.

Concluindo, a presença duradoura dos deuses anglo-saxões em nossa vida cotidiana, através dos nomes dos dias da semana e outras tradições, é um testemunho do impacto cultural profundo que essas divindades tiveram. Continuar explorando e celebrando essa herança é essencial para preservar e valorizar a rica tapeçaria da história humana.

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