Leitura de História

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A Guarda Varegue

A Guarda de Elite do Imperador Bizantino

A Guarda Varegue ou Guarda Varangiana, era um grupo de elite de soldados de origem viking, responsável pela segurança do imperador bizantino.

Esse grupo de soldados foi enviado no ano de 988, ao Imperador Bizantino, como parte de um acordo. Foram cedidos pelo Grande Príncipe Vladmir de Quieve, na Rússia. 

A Guarda Varegue formava a elite da infantaria bizantina, sendo que somente eram usados em batalha em situações muito críticas. Sua função principal era garantir a segurança do imperador bizantino.

Um dos membros mais ilustres da guarda varegue, foi Harald Hardrada, Rei da Noruega, que mais tarde reclamou para si o trono da Inglaterra, mas falhou.

A Origem da Guarda Varegue

Os primeiros registros da presença dos varegues no império bizantino datam de 874, quando o monarca Russo, Vladimir I, enviou 600 homens para o imperador de Bizâncio, como parte de um acordo de paz. Basílio II, o imperador bizantino, em troca foi deu a Vladimir a mão de sua irmã em casamento.

Ao ver a ferocidade e lealdade dos soldados vikings, o imperador Basileios II, resolveu transformá-los em sua guarda pessoal. Já que a guarda bizantina já tinha despertado muitos episódios de traição, resultando em grandes perdas para o império.

Inicialmente era “composta somente por varegues de Rus, porém noruegueses, dinamarqueses e até bretões se juntaram à elite guerreira com o passar dos anos, e é provável que até mesmo alguns eslavos.” (LANER, 2018). Devido ao grande número de traições por parte dos membros do exercito de bizâncio, que os monarcas preferiram recrutar estrangeiros para sua segurança.  

A Indumentária da Guarda Varegue

O nome Varegue é uma palavra em nórdico antigo, para juramento, Var, significa VOTO. (PRICE) Sendo que seu uniforme consistia em uma cota de malha, usada por cima das vestes comuns, também usavam um elmo bifurcado no nariz.  

A cota de malha é um tecido composto por argolas de metal entrelaçadas, com a função de proteger o soldado em campo de batalha. A infantaria bizantina utilizava nos com bates contra a cavalaria pesada. (COSTA, 2015). 

Sua principal arma era o lendário machado Danês, muito utilizado pelos vikings e causador de grande estrago e terror pela Europa. Como arma secundária, utilizavam uma espada larga.

A partir do século XII passaram a usar a cota de malha como armadura e também uma couraça de metal. Agora a cota de malha cobria também a cabeça, ficando essa como uma das principais características das representações que encontramos dos soldados bizantinos. Principalmente em filmes sobre a idade média.

Embora sua participação tenha durado séculos, suas armas nunca se alteraram e sempre permaneceram as mesmas, do início até o final da Guarda.

O Auge da Guarda Varegue e sua participação em batalhas.

A Guarda Varegue só entrava em batalha nos momentos cruciais para a vida do império. Devido ao seu estilo feroz, causava grandes estragos em campo de batalha.

Sob o comando do Império Bizantino, participou da batalha de Canas, em 1018, na luta contra Lombardos auxiliados por mercenários Normandos. Se saíram vitoriosos e os inimigos fugiram para o império romano do ocidente.

Participaram também da batalha de Beroia, em 1122, lutando contra os Pechenegues, liderados pelo Imperador Ioannes II Komnenos. Nessa batalha a maioria dos Pechenegues foi eliminada.

O Declínio e o fim da Guarda Varegue.

A Guarda Varegue começou a declinar junto com o Império Bizantino, durante a Quarta Cruzada. Quando em 1203, o líder cruzado Enrico Dandolo, cercou Constantinopla em busca de riquezas para financiar sua expedição.

Figura 2 – Batalha de Depechenes

Apesar dos Varegues lutarem bravamente e terem conseguido proteger o imperador, tiveram muitas baixas e acabaram tendo de assinar um termo de rendição.

A partir desse momento cessam os registros do uso de soldados escandinavos na guarda pessoal do imperador.

Ainda algumas menções de um remanescente da Guarda Varegue podem ser encontradas nos registros históricos defendendo Constantinopla em 1453, quando da queda do império bizantino. Mas não era mais a força de combate de poderosos guerreiros vikings de antes. (PITTA)

Referências:

COSTA, Antônio Luiz M., Armas Brancas, Lanças e Flechas, Editora Draco, 2015.

LANGER, Johnni, Dicionário de História e Cultura da Era Viking, Editora Hedra, 2018.

PITTA, Walter., Uma Aventura na História, Edição do Autor, 2010.

PRICE, Neil, A História definitiva dos povos do norte. Editora Crítica, 2021.

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