Descubra a fascinante história de São Valentim, sua associação com o amor e os mistérios por trás do Dia dos Namorados.
No dia 14 de fevereiro, por volta do ano 270 d.C., um sacerdote romano chamado Valentim foi apedrejado e decapitado. Em 496 d.C., o Papa Gelásio I estabeleceu o dia 14 de fevereiro como o Dia de São Valentim em homenagem ao seu martírio. Desde então, São Valentim foi associado ao romance, ao amor e à devoção, embora sua vida permaneça envolta em mistério, e não esteja claro se ele era uma única pessoa ou duas figuras distintas.
Vamos explorar 10 fatos fascinantes sobre São Valentim, o homem por trás do Dia dos Namorados.
- Ele Foi um Clérigo Romano do Século III
Segundo muitos relatos, São Valentim era um clérigo – sacerdote ou bispo – no Império Romano do século III. Por volta de 270 d.C., ele foi martirizado durante uma perseguição aos cristãos. A ‘Crônica de Nuremberg’ de 1493 relata que ele foi espancado com porretes e decapitado por ajudar os cristãos em Roma. A ‘Lenda Dourada’ de 1260 afirma que São Valentim se recusou a renunciar a Cristo diante do imperador Cláudio II Gótico, resultando em sua execução fora do Portão Flaminiano. Seu martírio em 14 de fevereiro foi a razão para a comemoração da Festa de São Valentim.
- Ele Tinha o Poder de Curar
Uma lenda popular descreve São Valentim como um ex-bispo de Terni, no centro da Itália. Enquanto estava em prisão domiciliar sob custódia do juiz Asterius, ele discutiu suas crenças com o juiz. Asterius trouxe sua filha adotiva cega para São Valentim, que orou a Deus e colocou as mãos sobre os olhos da criança, fazendo-a recuperar a visão. Impressionado, o juiz converteu-se ao cristianismo, foi batizado e libertou todos os seus prisioneiros cristãos, incluindo Valentim. Por essa razão, São Valentim tornou-se o santo padroeiro da cura, entre outras coisas.
- A Expressão “From Your Valentine” Origina-se de uma Carta Dele
Anos após sua libertação, Valentim foi preso novamente por evangelizar e enviado a Cláudio II. Embora o imperador inicialmente tenha gostado dele, Valentim tentou converter Cláudio ao cristianismo, o que levou à sua condenação à morte. No dia de sua execução, Valentim escreveu um bilhete para a filha de Asterius, assinando-o como “do seu Valentim”. Essa carta é considerada uma das primeiras “valentines” e originou a tradição de enviar mensagens de amor no Dia dos Namorados.
- Seu Crânio Está em Exibição em Roma
De acordo com a biografia oficial da Diocese de Terni, o corpo de Valentim foi enterrado às pressas em um cemitério perto de onde ele foi morto. Seus discípulos recuperaram o corpo e o levaram para casa. No início do século XIX, uma escavação em uma catacumba perto de Roma revelou restos de esqueletos e relíquias associadas a São Valentim. Seu crânio, adornado com flores, está em exposição na Basílica de Santa Maria in Cosmedin, em Roma, enquanto outras partes de seu esqueleto podem ser vistas em vários locais na Inglaterra, Escócia, França, Irlanda e República Tcheca.
- Seu Sangue Foi Dado pelo Papa Gregório XVI
Em 1836, o padre carmelita John Spratt recebeu um presente do Papa Gregório XVI, contendo um “pequeno vaso tingido” com o sangue de São Valentim. Esse presente foi levado para a Igreja Carmelita de Whitefriar Street, em Dublin, Irlanda, onde permanece até hoje. A igreja continua a ser um local de peregrinação popular, especialmente para aqueles que buscam amor e bênçãos no Dia dos Namorados.
- Ele é o Padroeiro da Epilepsia
Os deveres de São Valentim não se limitam a interceder por casais amorosos e casamentos. Ele também é o padroeiro dos apicultores, da epilepsia, da peste, dos desmaios e das viagens. Esta ampla gama de associações mostra a diversidade de devoções e preces dirigidas a ele ao longo dos séculos.
- Ele Pode Ter Sido Duas Pessoas Diferentes
A identidade de São Valentim foi questionada desde 496 d.C., quando o Papa Gelásio I mencionou que seus atos eram “conhecidos apenas por Deus”. A Enciclopédia Católica e outras fontes hagiográficas descrevem três São Valentim distintos associados ao dia 14 de fevereiro. Um relato descreve Valentim como um sacerdote que foi decapitado por ajudar casais cristãos a se casarem, enquanto outro o apresenta como bispo de Terni, martirizado por Cláudio II. Devido às semelhanças entre essas histórias, sua identidade permaneceu confusa, levando a Igreja Católica a interromper sua veneração litúrgica em 1969. Contudo, seu nome ainda figura na lista de santos oficialmente reconhecidos
- Existem Muitos Outros São Valentim
O nome “Valentinus”, derivado da palavra latina valens, que significa forte, digno e poderoso, era bastante comum na Antiguidade Tardia. Existem cerca de 11 outros santos com o nome Valentim, ou variações dele, comemorados na Igreja Católica Romana. O mais recente foi São Valentim Berrio-Ochoa, um bispo espanhol no Vietnã, decapitado em 1861. Até houve um Papa Valentim, que governou por dois meses em 827. O São Valentim celebrado no Dia dos Namorados é oficialmente conhecido como São Valentim de Roma, para diferenciá-lo dos demais.
- Sua Associação com o Amor Começou na Idade Média
A associação do Dia de São Valentim com o amor cortês começou na Idade Média. Acreditava-se que os pássaros começaram a acasalar em meados de fevereiro. Nesse período, o dia 14 de fevereiro tornou-se simbolicamente ligado aos amantes. Historiadores como Alban Butler e Francis Douce sugerem que o Dia dos Namorados foi criado para substituir a antiga festividade pagã de Lupercalia.
- O Dia dos Namorados Pode Ter Sido uma Invenção de Chaucer
Não há evidências concretas de celebrações românticas no dia 14 de fevereiro antes do poema ‘Parlement of Foules’ de Geoffrey Chaucer, escrito em 1375. Chaucer relacionou uma tradição de amor cortês à celebração do Dia de São Valentim, quando pássaros e humanos se reuniam para encontrar um companheiro. Inspirados por Chaucer, os nobres do século XV começaram a escrever poemas conhecidos como “valentines” para seus amores.
São Valentim, embora envolto em lendas e mistérios, deixou um legado duradouro que continua a ser celebrado em todo o mundo. Seu martírio, milagres e associação com o amor e a devoção tornam-no uma figura fascinante na história e na cultura popular. O Dia dos Namorados, com suas tradições românticas, é um tributo contínuo ao impacto de São Valentim, seja ele uma única pessoa ou uma combinação de várias figuras históricas