Explore a complexidade da moralidade sexual na Roma Antiga, onde diretrizes rígidas coexistiam com liberdades sexuais e influências religiosas e sociais.
A civilização da Roma Antiga durou mais de 1.000 anos, desde a fundação da República até a queda do Império no Ocidente. Isso é muito tempo na moralidade sexual, compare os costumes do Reino Unido hoje com os de 1015.
A ideia de que Roma era uma sociedade extremamente promíscua e licenciosa é, na realidade, se nada mais, uma simplificação excessiva maciça de um quadro complexo.
É uma simplificação que serviu aos artistas eróticos, muitas vezes incapazes de retratar seus próprios tempos como genuinamente sexuais – bem em todos os meios, desde óleos até vídeo digital.
Pode haver um elemento de propaganda religiosa nessa imagem de Roma também. A Igreja Católica tomou conta dos últimos séculos do Império. Era do interesse da Igreja retratar o mundo romano pré-cristão e pagão como um dos desejos fora de controle, orgias e estupro endêmico que eles haviam colocado sob controle.
O código moral de Roma
Os romanos tinham um conjunto editável de diretrizes morais chamadas de mos maiorum (“o caminho dos anciãos”), um código de boa conduta amplamente aceito e não escrito.
Esses costumes consideraram o excesso sexual fora dos limites do comportamento ideal definido pelo virtus, um estado ideal de masculinidade que incluía o autocontrole. Esperava-se que as mulheres também fossem castas (pudica).
As leis escritas também incluíam crimes sexuais, incluindo estupro, que poderiam levar à sentença de morte.
Prostitutas (e às vezes artistas e atores) não receberam essa proteção legal e o estupro de um escravo seria considerado apenas um crime de danos à propriedade contra o dono do escravo.
O casamento em si era, na realidade, um caso desequilibrado. Não se esperava que as mulheres que se casaram alcançassem qualquer prazer ou prazer, elas simplesmente se casaram para cumprir o código moral e procriar.
Além disso, esperava-se que a esposa subserviente fizesse vista grossa para a infidelidade sexual do marido.
Os machos podiam dormir o quanto quisessem, desde que sua amante fosse solteira, ou, se estivessem com um menino, ele tivesse mais de uma certa idade.
Bordéis, prostitutas e dançarinas eram todos considerados ‘jogo justo’, assim como os homens mais velhos, com a condição de que ele fosse submisso. Ser passivo era considerado o trabalho das mulheres: os homens que se submeteram eram considerados deficientes em vir e em virtus, eles foram denunciados e injuriados como efeminados.
Um exemplo desse código moral foi visto no longo e público caso de Júlio César com Cleópatra. Devido ao fato de que Cleópatra não estava com um cidadão romano, as ações de César não foram consideradas adúlteras.
Uma questão de licença
Os romanos eram, em muitos aspectos, mais libertados sexualmente do que nós. Havia um forte elemento sexual em grande parte da religião romana. As Virgens Vestais eram celibatárias para mantê-las independentes do controle masculino, mas outras cerimônias religiosas celebravam a prostituição.
Além disso, o divórcio e outros processos legais eram tão fáceis de empreender para as mulheres quanto os homens. Nesse sentido, as mulheres estavam, em muitos casos, mais liberadas sexualmente do que em muitas nações até hoje.