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Os Criminosos Mais Famosos do Brasil

Existe uma crença popular, que o crime ou os criminosos muitas vezes são tratados como heróis. São estes envoltos em uma áurea romantizada no imaginário popular.

Enquanto os criminosos possuem a admiração do povo, os verdadeiros heróis, aqueles que combatem o crime, são vistos como desprezo.

Claro, que isso é só um ponto de vista, que não reflete a opinião da maioria. 

Mas, em se tratando de Brasil, existem muitos facínoras que galgaram a fama, no imaginário popular e na mídia nacional e muitas vezes, internacional.

Vamos elencar aqui uma lista, dos mais famosos e controversos criminosos que pisaram em solo nacional:

O Bandido da Luz Vermelha. (1942-1998)

Prisão do Bandido da Luz Vermelha.
Prisão do Bandido da Luz Vermelha.

O primeiro a ser repugnante da nossa lista é João Acácio Pereira da Costa, nascido no dia 24 de junho de 1942, na cidade de Joinville, Santa Catarina.

Respondia pelo vulgo, O Bandido da Luz Vermelha. Assaltante de residências de luxo em São Paulo, utilizava uma lanterna com a luz vermelha, para aterrorizar suas vítimas.

Dizia esse ter sofrido abuso sexual e práticas de trabalho forçado durante a infância, o que ajudou a despertar seu caracter criminoso.

Ainda na adolescência mudou-se para o estado de São Paulo para fugir dos delitos que havia praticado em Santa Catarina, estabelecendo-se na cidade de Santos.

Dizem que quando foi ao mercado Mappin,  comprar uma lanterna para realizar seus assaltos, só encontrou uma com o aro vermelho.

Também praticava roubos e desmanches de carros no estado do Rio de Janeiro, “Ia para o Rio de ônibus e voltava de carro.” É o que narra o jornalista e escritor Gonçalo Junior, no livro “Famigerado!  A História de Luz Vermelha, o bandido que aterrorizou São Paulo.”

Há quem diga que o clima de terror e insegurança gerado por João Acácio, alterou a relação que a cidade de São Paulo tinha com a segurança pública

Com ele foram abaixo os conceitos de segurança do lar e inviolabilidade da propriedade privada. Na minha opinião ele só antecipou uma situação inevitável no futuro.

Cantado em verso e prosa, pela crônica policial, teve até uma versão cinematográfica de sua história, onde é retratado como um indivíduo carismático e sedutor.

Bem que na verdade, ele se diferenciava muito dos criminosos da época, pois se vestia de maneira extravagante e gastava todo seu dinheiro em bares e boates com festas e prostitutas.

Provido de astúcia e inteligência, enganava a polícia se passando por quatro criminosos diferentes, o que fazia mudando a modalidade dos seus assaltos. 

Um, ateava fogo no local, se passando como o Bandido Incendiário. 

Dois, abria as janelas com um macaco, se passando como o bandido do Macaco. 

Três, usava uma máscara, se apresentando como o bandido Mascarado.

 E quatro, por fim o Bandido da Luz Vermelha, por causa de sua lanterna vermelha.

Coincidentemente, o notório criminosos norte americano Caryl Chessman, tinha o mesmo apelido. Há quem diga que João Acácio se inspirou nele.

Foram cinco anos de perturbação, com 150 assaltos, sempre praticados durante a madrugada. 

Foi preso em 1967, graças às digitais e fragmentos, que deixou na janela de uma residência.

Depois de preso, confessou quatro assassinatos, que foram:

Do jovem, Walter Bedran, de 20 anos, levou um tiro na cabeça quando empunhou uma espingarda para reagir à invasão da casa onde morava com os pais. 

José Enéas da Costa, que morreu, com disparos, depois de discutir com Acácio num bar. 

O empresário Jean von Christian Szaraspatack, de 44 anos, flagrou o mesmo no corredor de sua casa e, armado, tentou render o bandido, mas foi alvejado pelo criminoso, no Jardim América.

E o assalto mais violento de todos, quando João Acácio invade uma mansão no Ipiranga, em 6 de julho de 1967. A residência pertencia ao influente criminalista Elias Assad, que estava ausente. 

Durante o roubo, o bandido tentou estuprar Ingrid Yazbek Assad, filha do advogado, de 22 anos. 

Quando a moça reagiu, o agressor revidou com um disparo que por um centímetro não acertou o coração da vítima. 

Mesmo se esvaindo em sangue, a jovem ainda foi usada como refém por Acácio para se proteger do vigia José Fortunato, que acabou morto por um tiro.

Foi condenado a 351 anos de prisão, e chegou a cumprir 30. Passou pelo presídio do Carandiru e vários manicômios, pois alegava ter problemas mentais.

Recebeu a liberdade provisória em 17 de agosto de 1997, sendo libertado da casa de custódia de Taubaté.

Após deixar a cadeia, em 17 de agosto de 1997, aos 55 anos, João Acácio continuou a viver de forma violenta até morrer. 

Ao voltar para Joinville, onde tentou se reconectar com sua família, brigou com todos os parentes, não conseguiu emprego e encontrou abrigo na casa de um amigo pescador, Nelson Pizenghuer.

João Acácio da Costa, em liberdade.

Mas brigou com a família dele também e chegou até a ficar internado em um instituto psiquiátrico.

Foi morto por Nelson Pizenghuer, em 5 de janeiro de 1998, em uma briga de bar com um tiro de espingarda. 

O autor de sua morte disse que estava protegendo seu irmão e defendendo a honra de sua mãe e esposa que foram assediadas pelo luz vermelha.

“Era o João Acácio ou a minha família. Estávamos cansados de ameaças, e a minha única reação foi matá-lo quando vi meu irmão em perigo. Ele já tinha dito que me mataria”, é o que relata Nelson Pizenghuer. 

O relato foi confirmado pelo seu irmão, Lírio Pincegher : “Acácio chegou xingando minha mãe, minha irmã, todo mundo e dizendo que ia matar alguém, ameaçando as crianças. Quando fui conversar, ele se propôs a fazer as pazes. Estendeu a mão direita e, com a esquerda, puxou uma faca. Foi aí que o Nelson, atrás de mim, atirou”, descreveu a testemunha da morte do bandido da luz vermelha.

Nelson Pizenghuer foi absolvido por legítima defesa

E assim termina a história desse facínora que tanto aterrizou e causou sofrimento às pessoas.

Lúcio Flávio Vilar Lírio (1944-1975) 

O segundo ser asqueroso da nossa possuía até status de galã e teve sua história imortalizada na mídia.

Nascido Lúcio Flávio Vilar Lírio, na cidade do Rio de Janeiro em 1944. Por incrível que pareça, era originário da classe média carioca, é considerado uma pessoa inteligente e refinada.

Começou sua vida como ladrão de carro, em 1968, quando sua candidatura a vereador foi cassada pelo regime militar, montou uma quadrilha para roubar e vender carros.

Mas logo passou a ser assaltante de bancos e joalherias, foi autor de diversos homicídios. Além da cassação de sua candidatura, dizem que um dos motivos que o levou a optar pela carreira do crime foi o fato não confirmado de que durante uma festa de casamento, onde a família de Lúcio Flávio estava toda presente, agentes do DOPS invadiram a reunião, espancaram sua mãe e enfiaram a cara de seu pai no bolo da festa.  Pois seu pai ligado ao PSD e também cabo eleitoral de Juscelino Kubitschek.

Ganhou fama devido às espetaculares fugas que empreendia de diversas prisões e pelo controverso envolvimento com policiais do esquadrão da morte.

Aos 30 anos já acumulava 32 fugas, 73 processos e 530 inquéritos por roubo, assalto e estelionato.

Lúcio Flávio foi o criminoso mais procurado pela polícia da década de 1970, respondia pelos nomes falsos de Marcos Wolk Levit Júnior, Rafael Wandenkolck e Marcelo Fleming Spitts Cakoff.

Diziam possuir um Q.I. de 131 e que citava filósofos famosos e lia Fernando Pessoa, também se envolveu com mulheres lidas e famosas.

Devido ao seu status de celebridade, Lúcio Flávio teve sua vida imortalizada em livro, na obra do escritor José Louzeiro, o título era “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia”.

Esse trabalho foi baseado no relato que Lúcio Flávio deu a um repórter policial um pouco antes de ser assassinado.

Ao contrário de outros delinquentes, Lúcio Flávio não costumava agir sozinho, tendo se associado a outros indivíduos perigosos como seu irmão Nijini Renato, seu cunhado Fernando C. O, Liéce de Paula e Armando Arêas Filho (Armandinho).

Bandido itinerante, também cometeu crimes nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Brasília.

Em sua última prisão, feita em Belo Horizonte, proferiu a famosa declaração: “Bandido é bandido, polícia é polícia, como a água e o azeite, não se misturam”. 

Acredita-se estar falando da prática irregular de muitos policiais, que participam do crime organizado ao mesmo tempo em que mantêm seus cargos na polícia. 

Apesar de tudo, ajudou a desmascarar um grupo de policiais cariocas pertencentes ao Esquadrão da Morte, entre eles Mariel Mariscot, um dos homens de elite da polícia do Rio.

Faleceu em 1975, no presídio Hélio Gomes, na Cidade do Rio de Janeiro. Foi morto com 19 facadas no peito, deferidas pelo seu colega de cela Mário Pedro da Silva.

Além da literatura, o famigerado bandido ganhou não uma, mas duas versões cinematográficas de suas façanhas. Foram, o filme homônimo ao livro,  “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia” e “Eu matei Lúcio Flávio”, esse mais focado na vida do policial Mariel Mariscot.

O Filme “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia“, é de 1976 e teve a direção do aclamado Hector Babenco. O roteiro contou com a coparticipação de José Louzeiro.

O Filme “Eu matei Lúcio Flávio“, é de 1979 e contou com a direção do também aclamado Antônio Calmon. Nessa obra Lúcio Flávio, aparece como coadjuvante, já que o trabalho é focado na vida de Mariel Mariscot.

Leonardo Pareja (1974-1996) 

Nascido Leonardo Rodrigues Pareja, em 26 de março de 1974, na Cidade de Goiânia/GO.  

Oriundo de uma classe média falida, se dizia o primeiro criminoso marqueteiro do Brasil.

Pareja sequestrando a sobrinha de ACM

Esse famoso meliante começou a ganhar visibilidade quando em setembro de 1995, após assaltar um hotel na cidade de Feira de Santana, Bahia, manteve como refém por três dias uma garota de 16 anos. 

O problema é que a garota era Fernanda Viana, sobrinha do então senador Antônio Carlos Magalhães. Neste episódio ganhou fama de astuto ao negociar com a polícia coberto por lençóis, de maneira a impossibilitar a atuação de atiradores de elite.

Fernanda foi trocada por um comerciante, com o qual Pareja fugiu, passou mais de um mês fugindo da polícia e enquanto isto dava entrevistas às rádios e televisões descaradamente, sempre debochando e desafiando a polícia. 

No auge do deboche, proferiu a seguinte frase: “Não sou super bandido, mas certamente sou mais inteligente do que a polícia”

Às vezes chegava a anunciar a ida em determinado município, mas sempre conseguia escapar.

Leonardo se entregou à polícia na cidade de Maurilândia, no dia 12 de outubro de 1995.

Sempre que podia dava entrevistas, se apresentando como um bom moço e mostrava dezenas de cartas de mulheres que queriam casar com ele.

Em abril de 1996, no então Centro Penitenciário de Goiás (CEPAIGO), Leonardo Pareja comandou uma rebelião de sete dias, na cidade de Aparecida de Goiânia, quando ele e mais 43 detentos fugiram após fazer várias autoridades como refém. 

Entre os reféns inclusive estava o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Desembargador Homero Sabino.

A fuga do presídio foi o auge da provocação, Pareja parou o carro com os reféns em frente a um bar, comprou cigarros e até deu autógrafos.

Mas os seus dias de glamour estavam contados. Em dezembro de 1996 foi assassinado por seis colegas de cela, sob o pretexto de ter contado sobre um plano de fuga.

Diziam tratar-se de um túnel que estavam cavando, e Leonardo tinha um bom relacionamento com a direção do presídio.

Foi enterrado com honras de celebridade, seu caixão foi coberto com a bandeira do Brasil, embora cinco policiais militares que acompanhavam a cena, retiraram a bandeira revoltados com a situação.

Sobre sua vida foi feito um documentário chamado “Vida Bandida”, dirigido por Régis Faria

Gino Amleto Meneghetti (1878-1976) 

A quarta criatura da nossa lista é quase um bandido internacional. Trata-se Gino Amleto Meneghetti, nascido Amleto Giotto Sabindo Forestal Menichetti, em Vicopisano, na Itália, no dia 1 de julho de 1878.

Obteve sua fama ao ter suas façanhas noticiadas pela imprensa, claro, de forma muitas vezes sensacionalista.

Chegando ao ponto de ser tachado pelos jornais com a alcunha de “o bom ladrão” e “o maior gatuno da América Latina”. 

Foi apelidado também de “gato de telhado”, devido a sua facilidade de se saltar pelo telhado das casas para fugir dos cercos das autoridades.

Nascido em uma pequena vila nos arredores de Vicopisano, Amleto era filho de um transportador de areia chamado Angelo. 

Buscando melhores condições de vida, seu pai mudou-se para a cidade para trabalhar em uma fábrica. 

Na cidade, Amleto se juntou a outros menores delinquentes para praticar pequenos furtos.

Na adolescência já era um delinquente conhecido da polícia, tendo sido marcado na região em que vivia na Toscana.

Tentando mudar de vida, estuda o ofício de mecânico e se muda para Marselha, na França, para morar na casa de uns tios.

Porém continua sua vida de delinquência e aos 20 anos é deportado para a Itália.

Na virada do século XX, decide tentar a sorte no Brasil, trazendo para cá toda sua habilidade de gatuno.

Em 25 de junho de 1913, chega ao porto de Santos, já com status de criminoso investigado pela Interpol. 

Vai morar com uma tia em São Paulo, casou-se com Concetta Tovani Olimpio Giusti, e decide exercer o ofício de pedreiro.

Foi demitido por brigar com um mestre de obras e a partir daí decidiu se dedicar ao ofício que mais sabia, ser um ladrão.

Foi na sua primeira prisão no Brasil que empreendeu uma sensacional fuga. Ao ser colocado na solitária, escalou as paredes do poço e conseguiu abrir a tampa de ferro. Fugindo nu e faminto pelas ruas de São Paulo.

Amleto sempre agia sozinho, passava horas observando as vítimas do roubo e não ficava mais que cinco minutos dentro das residências ou estabelecimentos comerciais.

Dava preferência pelas casas dos ricos e nunca fazia vítimas, isso que rendeu a simpatia da imprensa. Mas também irritou a polícia, que transformou sua captura em uma cruzada pessoal.

Pode-se dizer que o sucesso lhe subiu a cabeça, onde começa a escrever cartas para os jornais desafiando a polícia.

No ano de 1926 a polícia arma um dos maiores esquemas de cercos vistos na época, com uma armadilha preparada na casa onde estavam os filhos do meliante.

O mesmo entra em confronto armado com a polícia, chegando a ferir o comissário de polícia, Valdemar Dória.

Foge pelo telhado e grita: “Io sono Meneghetti! Il Cesare! Il Nerone di San Paolo!” (“Eu sou Meneghetti! O César! O Nero de São Paulo!”). Com certeza a megalomania havia lhe subido à cabeça.

Foram uma sucessão de prisões, fugas e condenações. Morreu em maio de 1976, já em liberdade com quase 98 anos de idade, vítima de trombose.

Manoel Moreira, o Cara de Cavalo (1941 – 1964)

O quinto nome da nossa lista é um indivíduo ligado à formação do Esquadrão da Morte, como o bandido Lúcio Flávio.

Nascido em 22 de abril de 1941, na cidade do Rio de Janeiro. Manoel Moreira, conhecido como Cara de Cavalo, acusado do assassinato do detetive Milton LeCoq, foi a primeira vítima do esquadrão da morte ou escuderia LeCoq.

Começou a sua carreira de criminalidade traficando maconha na estação da Central do Brasil, logo progrediu, tornando-se cafetão e agenciador de jogo do bicho.

Morador da antiga favela dos Esqueleto, Cara de Cavalo extorquia dinheiro dos apontadores do jogo do bicho em Vila Isabel, zona norte do Rio, até ser denunciado por um dos bicheiros

O bicheiro pediu ao detetive Le Coq desse um fim no sujeito. LeCoq então armou uma emboscada com mais três colegas. Mas Manoel Moreira percebeu a operação e entrou em confronto com a polícia, acertando um tiro no detetive Milton.

A morte do detetive Le Coq tornou Cara de Cavalo o criminoso mais procurado do Brasil. 

Depois de uma operação que envolveu mais de dois mil policiais, foi encontrado em Cabo Frio. Morreu com mais de cem disparos.

Curiosamente, Cara de Cavalo era amigo do pintor Hélio Oiticica, que frequentava o Morro da Mangueira e tinha fascínio pela criminalização.

Depois de sua morte, Oiticica fez uma obra em sua homenagem. Era uma caixa envolta por telas, cujas paredes internas foram cobertas por fotografias do criminoso morto. Em 1968, prestaria outro tributo ao amigo, com o poema-bandeira “ Seja marginal, seja herói

A caçada de Cara de Cavalo, gerou um bordão muito usado pela polícia na época, que era: bandido que atira num policial não deve viver”. Porém no processo de busca, muitas pessoas parecidas com Manoel Moreira foram executadas por engano, gerando um clima de medo e insegurança com a atuação do esquadrão da morte.

José Carlos dos Reis Encina (O Escadinha)

Nascido José Carlos dos Reis Encina, na cidade do Rio de Janeiro, 21 de maio de 1956, foi um traficante de drogas, um dos fundadores da facção criminosa Falange Vermelha, hoje denominada Comando Vermelho. 

Escadinha, ganhou notoriedade por ser um dos fundadores, junto com o irmão Paulo Maluco, da organização criminosa Falange Vermelha.

Mais tarde, tornar-se-ia o Comando Vermelho, ainda sob a administração dos dois irmãos. 

Sendo ele e o irmão, José Paulo dos Reis Encina (“Paulo Maluco”), dois dos criminosos mais temidos do Brasil durante as décadas de 1970 e 1980. 

Entre sua atividades paralelas estava a de letrista de rap.

Chegou a lançar um álbum chamado Brazil 1: Escadinha Fazendo Justiça com as Próprias Mãos, com a participação de vários outros rappers.

Em 31 de dezembro de 1985, “Escadinha” escapou do presídio da Ilha Grande resgatado de helicóptero por José Carlos Gregório, o “Gordo”, que havia alugado o helicóptero e forçado o piloto a pousar em área previamente combinada com José Carlos Gregório. 

Durante o período de visitação, a aeronave pousou em uma clareira distante cerca de 1 Km do presídio. 

Ele se encontrava fora do presídio por meio um passe dado por um guarda penitenciário, o que era prática comum, e tinha como objetivo que os detentos pudessem prestar serviços diversos no âmbito da Vila Dois Rios, onde se localiza o antigo presídio.

Apesar da imprensa ter divulgado amplamente que o helicóptero teria pousado no pátio, essa informação é falsa, haja vista que nenhum pouso era autorizado no interior do presídio. 

Ademais, a então a Companhia Independente da Polícia Militar possuía um heliporto, sendo ali o único lugar onde era autorizado o pouso de aeronaves. 

Acrescenta-se ainda o fato de que o pátio era diuturnamente vigiado por cinco guaritas, com policiais armados de metralhadoras INA.45, com dois carregadores de 30 munições, além de armas de porte. Em seguida, Escadinha e sua mulher subiram no helicóptero e fugiram.

José Carlos Encina acabou sendo preso novamente em março de 1986, em um hospital, após levar dois tiros num confronto com a polícia militar no Morro do Juramento.

Em 1987, o criminoso pretendia ser resgatado, de helicóptero, do Presídio Frei Caneca, no Rio de Janeiro, juntamente com dois outros criminosos, Paulo Roberto Mouro, o “Meio Quilo”, e José Carlos Gregório, o “Gordo”. 

Na ocasião, dois outros comparsas se passaram por fotógrafos, renderam o piloto e o obrigaram a participar do resgate.

O helicóptero pousou na caixa d’água de um pavilhão, ocasionando uma troca de tiros durante a fuga. A aeronave foi atingida por disparos e caiu, matando o piloto e os criminosos que sequestraram o helicóptero, além do “Meio Quilo”, que caiu de uma altura de dez metros quando se dependurava na aeronave.

No dia 23 de setembro de 2004, como fazia todos os dias, Escadinha, então com 48 anos, saiu pela manhã do Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, em Bangu, para ir trabalhar. 

Não conseguiu ir muito longe.

Na Avenida Brasil, altura de Padre Miguel, o carro que dirigia foi interceptado por dois homens de motocicleta que alvejaram o carro com tiros de fuzil. 

Ao seu lado, no banco do carona, morreu Luciano da Silva Wanderley, que também estava saindo do presídio para trabalhar. 

Graças a uma decisão judicial, os dois trabalhavam durante o dia numa cooperativa de táxi no shopping Carioca, em Vicente de Carvalho, da qual Escadinha era sócio e diretor.

Até hoje a polícia não esclareceu a autoria desse duplo homicídio.

Após sua morte, em 2004, seu irmão continuou os trabalhos da organização até ser preso.

Conclusão

Poderíamos ainda falar de criminosos com atuação mais recente como Fernandinho Beira-Mar, de Celso Pinheiro Pimenta (O PlayBoy), mas no nosso modo de entender, ainda não houve o distanciamento histórico que garante a imparcialidade crítica. 

Também não vamos categorizar nessa lista os seriais killers e psicopatas como o Maníaco do Parque ou o Lázaro Barbosa de Souza, vamos criar um artigo específico para essa categoria.

Também não entrarão nessa lista, os policiais que se corromperam e adentraram no mundo do crime, será criado um artigo específico.

Se você tem alguma sugestão, nos informe por mensagem, gostaríamos de ouvir sua opinião.

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