Leitura de História

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5 Mapas Medievais do Mundo
5 Mapas Medievais do Mundo

5 Mapas Medievais do Mundo

A maneira como imaginamos o mundo é parcialmente condicionada pela maneira como ele é retratado em nossos mapas. Durante a Idade Média, a cartografia ainda estava em seus estágios iniciais e não havia uma tradição estabelecida. Muitos dos mapas produzidos naquela época parecem estranhos ou até incompreensíveis aos olhos modernos. No entanto, esses mapas fornecem uma visão fascinante sobre como os medievais viam o mundo ao seu redor. Este artigo apresenta cinco exemplos notáveis de explorações medievais em cartografia, cada um refletindo a visão de mundo e o conhecimento geográfico de seu tempo.

  1. O Mapa T e o – c. 600

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Criado pela primeira vez por Isidoro de Sevilha, o mapa T e O é uma representação inicial do mundo em formato circular. No centro, um “T” divide o círculo, representando o Mediterrâneo e separando os três continentes conhecidos: Ásia, África e Europa. Este tipo de mapa é mais simbólico do que geograficamente preciso, refletindo a cosmologia cristã medieval onde Jerusalém ocupa o centro do mundo. A simplicidade do Mapa T e O destaca a visão de mundo eurocêntrica e religiosa da época, onde a geografia servia mais para ilustrar a doutrina cristã do que para navegar.

  1. Mapa de São Beato de Liébana – Final do Século VIII

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Beatus de Liébana, um monge que vivia na Península Ibérica, produziu um mapa baseado nos escritos de Isidoro de Sevilha. Embora o original tenha sido perdido, cópias posteriores mostram a tentativa de Beatus de combinar informações bíblicas com o conhecimento geográfico da época. O mapa de Beatus é significativo por sua tentativa de representar o mundo conhecido em um contexto religioso e histórico, destacando a importância dos locais sagrados e a visão apocalíptica do mundo. É um dos primeiros exemplos de mapas que combinam geografia e teologia.

  1. Mapa em Mosaico de Madaba – Século VI

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Este mapa artístico foi criado em meados do século VI, em uma igreja bizantina na região que hoje faz parte da Jordânia. O Mapa de Madaba é o mapa em mosaico mais antigo conhecido que representa a Terra Santa, com detalhes impressionantes de cidades e locais bíblicos. Descoberto apenas no século XIX, após a cidade ter sido abandonada e o mapa permanecer desconhecido por séculos, ele oferece uma visão valiosa da cartografia bizantina e da importância dos locais religiosos. Este mapa não apenas serve como uma ferramenta geográfica, mas também como uma obra de arte religiosa.

  1. Hereford Mappa Mundi – c. 1290

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Situado na Catedral de Hereford, este mapa do mundo é uma das mais detalhadas representações medievais do globo. Baseado na tradição do mapa T e O, o Hereford Mappa Mundi expande consideravelmente os detalhes, incorporando informações geográficas, históricas e mitológicas. No centro, o Mediterrâneo continua a dividir os continentes, mas o mapa também inclui descrições de terras exóticas, criaturas mitológicas e eventos bíblicos. Este mapa é um exemplo impressionante de como a cartografia medieval combinava ciência, história e mito em uma única imagem abrangente do mundo.

  1. Tabula Rogeriana – c. 1159

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Muhammad al-Idrisi, um estudioso norte-africano, criou a Tabula Rogeriana para o rei da Sicília, Rogério II, em meados do século XII. Este mapa faz parte de um livro que apresentava 70 mapas de várias regiões, mostrando um nível de detalhe e precisão impressionantes para a época. Ao contrário dos mapas europeus centrados no Mediterrâneo, a Tabula Rogeriana oferece uma visão mais abrangente e precisa do mundo conhecido, incluindo partes da Europa, Ásia e África. Este mapa destaca a sofisticação da cartografia islâmica medieval e a troca de conhecimentos entre o mundo islâmico e a Europa medieval.Os mapas medievais, com suas representações simbólicas e muitas vezes imprecisas do mundo, oferecem uma janela única para a mentalidade e os conhecimentos da época. Cada mapa reflete não apenas a geografia conhecida, mas também as crenças, mitos e preocupações religiosas de seu tempo. Ao estudar esses mapas, ganhamos uma compreensão mais profunda de como os medievais viam o mundo ao seu redor e como eles tentavam compreender e representar essa visão. Estes cinco exemplos destacam a diversidade e a evolução da cartografia medieval, mostrando como ela passou de representações simbólicas para descrições mais detalhadas e precisas do mundo conhecido.

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