O primeiro Brexit da história: Por que os romanos deixaram a Grã-Bretanha e seu impacto duradouro.
O primeiro Brexit da história: Por que os romanos deixaram a Grã-Bretanha e seu impacto duradouro.

O primeiro Brexit da história: Por que os romanos deixaram a Grã-Bretanha e seu impacto duradouro.

Descubra por que os romanos deixaram a Grã-Bretanha e qual foi o legado de sua partida. Uma análise do primeiro Brexit da história e seu impacto duradouro na ilha.

O fim da ocupação romana na Grã-Bretanha pode ser considerado como o primeiro Brexit da história da ilha, ocorrido por volta de 408-409 d.C. 

Nesse período, a experiência de fazer parte do Império Romano chegava ao fim. 

O século IV testemunhou o progressivo esvaziamento militar da ilha, com cada vez mais tropas sendo realocadas para o continente devido às revoltas lideradas por diversos usurpadores.

A partir de 406-407 d.C., o imperador Constantino III liderou a última retirada do exército romano da Grã-Bretanha, que jamais retornou. 

Isso marcou o início de uma nova era para a ilha, com os romano-britânicos percebendo que não estavam recebendo os benefícios esperados em troca dos impostos pagos a Roma. Assim, expulsaram os cobradores de impostos romanos, o que resultou no fim da Grã-Bretanha romana.

No entanto, a forma como a Grã-Bretanha deixou o Império Romano foi singular, diferenciando-se do restante do continente. 

Enquanto na Europa continental os povos germânicos e godos, já familiarizados com a estrutura romana, assumiram o controle após a queda do Império, na Grã-Bretanha a situação era bem diferente.

Os invasores germânicos, principalmente anglo-saxões e jutos, começaram a ocupar a costa leste da ilha a partir do final do século IV.

Isso levou muitas das elites romano-britânicas a abandonarem suas terras em direção ao oeste da Grã-Bretanha e à Península Armoricana, que passou a ser conhecida como Bretanha devido à presença desses colonos britânicos.

O Saque de Roma pelos visigodos.
O Saque de Roma pelos visigodos.

Ao contrário do que aconteceu no continente, onde as estruturas romanas foram em grande parte preservadas e assumidas pelos germânicos e godos, na Grã-Bretanha a transição foi mais abrupta e caótica. 

Os invasores germânicos que se estabeleceram na ilha, vindos de regiões tão distantes que mal conheciam os caminhos romanos, não encontraram uma estrutura social romana para assumir. 

Além disso, mesmo que houvesse, eles não teriam conhecimento de como fazê-lo.

Isso resultou em uma ruptura mais acentuada com o legado romano na Grã-Bretanha. Enquanto no continente os costumes, idiomas e estruturas sociais romanas persistiram, na Grã-Bretanha, a cultura germânica gradualmente substituiu a romana. 

Como resultado, o idioma latim foi substituído pelo germânico, e os códigos de direito romano evoluíram para os códigos de direito germânico que moldaram o sistema jurídico britânico.

Dessa forma, o fim da ocupação romana na Grã-Bretanha não apenas marcou o início de uma nova era para a ilha, mas também estabeleceu as bases para a formação de uma identidade e cultura únicas, distintas do restante do Império Romano e do continente europeu. 

Enquanto os reinos germânicos se estabeleciam na Grã-Bretanha, a experiência romana na ilha desaparecia gradualmente, deixando para trás um legado que mudaria sua história e identidade futuras.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *