Após a morte de Alexandre, o Grande, seu vasto império começou a se fragmentar entre comandantes rivais e ambiciosos, desencadeando as chamadas Guerras dos Diádocos, ou Guerras dos Sucessores.
Depois de muitos anos de luta, surgiram diversas dinastias helenísticas ao longo do que antes era o império de Alexandre – dinastias como os Ptolomeus, Selêucidas, Antigonídeos e, mais tarde, os Atálidas. No entanto, houve outro reino helenístico, situado longe do Mediterrâneo.
Báctria: a “Terra de Mil Cidades”
No Oriente distante estava a região de Bactria. Cortada pelo abundante rio Oxus, as terras de Bactria eram algumas das mais lucrativas do mundo conhecido, rivalizando até mesmo com as margens do Nilo.
Com uma fertilidade excepcional, Bactria produzia uma variedade de grãos, uvas e pistaches. Além disso, a região era conhecida por suas minas de prata, localizadas nas formidáveis montanhas do Hindu Kush, ao leste e sul. Outro recurso valioso de Bactria era o camelo bactriano, um dos animais de carga mais formidáveis da antiguidade.
A ascensão do domínio selêucida em Bactria
Após a morte de Alexandre, Bactria finalmente ficou sob o controle de um general macedônio chamado Seleuco. Nos próximos 50 anos, a região permaneceu como uma rica província sob o domínio dos selêucidas. Progressivamente, eles incentivaram o helenismo em Bactria, erigindo diversas cidades gregas na região, como a famosa Ai Khanoum.
O surgimento do reino greco-bactriano
A riqueza e a prosperidade de Bactria sob o domínio selêucida atraíram a atenção de muitos gregos ambiciosos. Por volta de 250 a.C., um homem chamado Diódoto, que havia sido o sátrapa de Bactria, viu uma oportunidade única. Ele percebeu o potencial da região para se tornar o epicentro de um grande novo império no Oriente – um reino onde gregos e bactrianos nativos formariam o núcleo de seus súditos: um reino greco-bactriano.
Da satrapia ao reino: a independência de Bactria
Em 250 a.C., Diódoto declarou independência dos selêucidas, assumindo o título de rei de Bactria. A prosperidade da região sob seu governo rapidamente atraiu a atenção, tornando Bactria conhecida como a “Jóia do Irã” e a “terra de 1.000 cidades”.Novo reino, novas ameaças
Nos 25 anos seguintes, Bactria floresceu sob o governo de Diódoto e seu filho Diódoto II. No entanto, a ascensão do poderoso reino de Partia, a oeste de Bactria, trouxe novos desafios. Para resistir à ameaça de Partia, Diódoto II primeiro declarou guerra à nação vizinha, mas posteriormente fez uma aliança com o rei parta, Arsaces.
A queda dos Diodotídeos e a ascensão de Eutídemo
A política de aliança de Diódoto II com Partia não foi bem recebida por seus subordinados gregos, resultando em uma rebelião liderada por Eutídemo. Após a morte de Diódoto II, Eutídemo assumiu o trono de Bactria.
A visão expansionista de Eutídemo
Assim como seu antecessor, Eutídemo reconheceu o grande potencial de expansão de Bactria. No entanto, as ambições de Eutídemo logo colocaram Bactria em rota de colisão com os ex-governantes da região, que tinham outras ideias para o futuro de suas terras.