Descubra o que os romanos pensavam sobre a Grã-Bretanha primitiva e os motivos que levaram Júlio César a invadi-la. Uma história de mistério, riqueza e glória.
Antes da chegada dos romanos, a Grã-Bretanha era um grande desconhecido para eles. No entanto, os próprios britânicos estavam totalmente integrados com seus vizinhos continentais na Europa. Desde a repopulação da Grã-Bretanha continental por volta de 9.000 a.C., até o período romano, a Grã-Bretanha estava culturalmente ligada ao continente. Desde o final da última Idade do Gelo até o período romano, a Grã-Bretanha acompanhou todos os desenvolvimentos culturais que ocorriam no continente, passando pelo período do Paleolítico, Mesolítico e Neolítico, até a Idade do Ferro tardia, pouco antes da chegada dos romanos.
Grã-Bretanha e Roma
Mesmo quando Júlio César começou a conquistar a Gália nos anos 50 a.C., a Grã-Bretanha era quase um lugar aterrorizante para os romanos, algo semelhante ao “The North” em “Game of Thrones”, sobre o qual eles sabiam muito pouco. Este lugar mítico estava além do temível Oceanus, como os romanos chamavam o Canal da Mancha e o Mar do Norte. Era uma terra completamente desconhecida para eles, em comparação com o Mare Nostrum, o Mediterrâneo, que era relativamente familiar para os romanos.
As primeiras referências que temos para a Grã-Bretanha foram de comerciantes e geógrafos nos séculos V, IV e III a.C. Um famoso geógrafo chamado Pytheas foi o primeiro a circunnavegar as principais ilhas da Grã-Bretanha. Ele descreveu os habitantes da ilha como “Prettani”, o “povo pintado”, que deu origem ao nome Grã-Bretanha.
Júlio César: da Gália à Grã-Bretanha
Os romanos tinham vários motivos para querer conquistar a Grã-Bretanha, especialmente no contexto da conquista da Gália por Júlio César, que começou por volta de 60 a.C. e durou cerca de 52 a.C. Durante essa conquista, César fez duas incursões na Grã-Bretanha em 55 e 54 a.C., não como invasões completas, mas como reconhecimentos armados.
Por que César invadiu?
César tinha três motivos principais para invadir a Grã-Bretanha. Primeiro, sabia que era um lugar de refúgio para aqueles que fugiam da sua conquista da Gália, representando uma ameaça ao seu domínio. Segundo, a Grã-Bretanha era famosa por suas riquezas, exportando metais como estanho, chumbo, ferro, prata e ouro, além de escravos, cães de caça, produtos de lã e trigo. César via na Grã-Bretanha uma oportunidade de aumentar sua riqueza pessoal. Terceiro, a conquista da Grã-Bretanha traria glória para César e aumentaria sua reputação como líder militar. A jornada para a Grã-Bretanha, essa terra mítica e misteriosa além do aterrorizante Oceanus, foi um passo enorme e uma aposta ousada, algo que nenhum general romano havia feito antes.